"canceladxs" (2020)

Teatro | ACE - Escola de Artes | Palácio do Bolhão (Porto) | Assistente de Encenação e Intérprete

Criação/Encenação - António Júlio

Assistência à Criação/Encenação - Bruna Costa

Interpretação - Turmas KL da ACE Escola de Artes

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Acompanhei, ao lado do António Júlio, o processo do projeto Texto Contemporâneo das turmas KL da ACE. Vi-os na posição onde eu mesma estive, há relativamente tão pouco tempo. Percebi como o palco é realmente o lugar onde tudo é visível. Acompanhei-os: às suas vontades, às suas inquietações, às suas questões. Vi-os fazerem escolhas, tomarem caminhos, terem medo e arriscarem. Com a ajuda do Júlio, consegui ver coisas que nunca tinha visto antes, descobri possibilidades que até aqui me passaram despercebidas, percebi o que resultaria ou não e descobri mecanismos para os compreender e tentar ajudar. Mais do que qualquer coisa, cresci com eles – todos eles.

Na altura em que iniciamos a construção do espetáculo, não tínhamos ainda um nome, uma forma, um caminho. Tínhamos sim um ponto de partida, repleto de referências, de vontades e de ideias: queríamos falar do mundo. Começámos a construção de um texto e das cenas iniciais. Aconteceu que, entretanto, o mundo nos atirou para casa e interrompemos o processo. Ficámos fechados, afastados uns dos outros, a tentar falar ainda... Sem estarmos juntos, passámos a colar pedaços, a juntar peças, a tentar...  Dadas as condições, chegámos a um texto, que mais tarde passou a vídeo, composto por todos os alunxs intervenientes no processo. As várias vozes, gritos, imagens e intervenções uniram-se e deram forma a este "canceladxs".

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Sinopse

"canceladxs é um cadáver esquisito, é um pedacito do que poderíamos fazer. Não é um espetáculo. Não é o que tínhamos sonhado. É o resultado de um processo interrompido. É o exercício possível à distância. E é a primeira vez que fazemos um exercício assim. É a forma de lembrarmos que havia uma estreia. E é a forma de espreitarmos o trabalho de casa de alunos e alunas de Interpretação, Cenografia e Figurinos. Muita merda! Havemos de abrir essa janela!" - António Júlio